O namoro vai bem, o casal está apaixonado, ambos formados, com certa estabilidade no emprego... até que vem a ideia: que tal casar?
A pergunta que leva os noivos a começarem os preparativos para a cerimônia e a festa, a pensarem quem serão os padrinhos e a levarem a mão no bolso para pagar a conta do evento, esconde também outras questões, mais profundas, que surgirão depois do “enfim, sós”, como as finanças, quem pagará o quê?
De acordo com o professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), José Nicolau Pompeo, cerca de 80% dos términos de relacionamentos tem como principal motivo os problemas financeiros.
Para ele, a falta de planejamento e diálogo está entre as grandes dificuldades dos casais quando o assunto é dinheiro. “Ao decidir se casar, o casal precisa sentar e conversar sobre a situação financeira de cada um... O homem precisa saber quanto a mulher ganha e vice-versa”, diz.
Contas
No geral, existem várias maneiras de organizar a vida financeira de uma família, com muita conversa cada casal deve encontrar a sua. Porém, na opinião de Pompeo, quando as duas partes da relação trabalham o ideal é fazer um orçamento e cada um pagar proporcionalmente ao que ganha.
“Eu não aconselho, por exemplo, ter conta conjunta. Geralmente, isso é motivo para brigas e discussões, especialmente quando os dois lidam de forma diferente com o dinheiro”.
Dessa forma, diz ele, a melhor maneira é que o casal faça um orçamento, calculando primeiramente qual a renda total dos dois (a soma dos dois salários) e qual a proporção de cada renda na renda total da casa. Por exemplo, se o homem ganha R$ 4 mil e a mulher R$ 2 mil, a renda total do casal é de R$ 6 mil, sendo cerca de 66,6% do homem e o restante da mulher.
Saber qual a proporção que a renda de cada um ocupa na renda total da casa é importante para que o casal divida de forma justa as despesas da casa, diz Pompeo, que, por sua vez, devem ser separadas em despesas necessárias e supérfluas.
Necessárias e supérfluas
As despesas necessárias, explica o professor, são aquelas relacionadas à casa, como gás, luz, telefone, entre outras. Tais contas devem ser divididas, respeitando a proporcionalidade da renda de cada um na renda total da família. Posição semelhante deve ser tomada quando há despesas com filhos.
No que diz respeito às despesas supérfluas, o especialista aconselha que cada membro do casal arque com os seus gastos.
Já quando o assunto é poupar ou investir em algum bem que será aproveitado por ambos, Pompeo aconselha que, se possível, o casal arque de maneira semelhante com a dívida.
“Se houver renda suficiente para os dois, ao comprar uma casa ou um carro, por exemplo, os dois devem dividir a conta de forma igual. Ao poupar, o melhor é que cada um faça uma poupança e deposite a quantia de acordo com os seus ganhos”.